quinta-feira, 21 de abril de 2011


Das imensas janelas da casa de meus pais eu via o mundo.
Ali debruçada sobre as paredes duplas dos batentes eu analisava a Via-Láctea, o vôo ágil dos morcegos, a elegância e leveza das imensas corujas da Igreja ao lado em seus passeios noturnos, seu canto triste...
Nas tardes quentes, sentia a brisa fresca a roçar meu rosto, espalhando os longos e quase negros cabelos, ardendo os olhos, fazendo uma lágrima furtiva rolar face abaixo.